*Reprodução da matéria do Diário da Região, para a qual concedi entrevista.

Não é só em momentos de crise que as empresas vão em busca de funcionários capazes de se reinventar. Hoje, o Brasil é só o 70º país mais inovador do mundo entre os 141 investigados pelo The Global Innovation Index 2015, ranking elaborado pela universidade norte-americana Cornell e pela escola de negócios francesa Insead e a Word Intellectual Property Organization, agência da Organização das Nações Unidas que gerencia a propriedade intelectual.

Ocupar essa posição só reforça o fato de que ainda temos muito espaço para desenvolvimento e não só quando o assunto é tecnologia, podemos e devemos nos desenvolver em todas as áreas, e as empresas, não importa o tamanho, já estão dando oportunidade para seus funcionários inovar. “Cada empresa tem um modelo de negócio que usa para gerar vendas e lucros. Muitos negócios atuais não estão funcionando tão bem quando antes. Eles são obsoletos ou parcialmente obsoletos”, diz Ana Claudia Carnelossi, master coach pela Sociedade Brasileira de Coaching/BCI.

Segundo Ana Claudia, se deseja alcançar resultados diferentes, você terá de implementar mudanças. “A reinvenção do modelo de negócio é a chave para mais vendas e maior rentabilidade. Essa é a principal postura da empresa”, destaca ela, que continua: “O modelo de negócio é como uma máquina com muitas partes móveis. Se alguma dessas partes estiver quebrada ou não funcionar corretamente, as vendas e os lucros podem tornar-se mais lentos ou parar. Tem que identificar as peças do negócio que não estão boas e mudar. A postura do funcionário deve ser de identificar sua parte e se responsabilizar por elas. A empresa precisa de pessoas engajadas e que sejam eficazes para inovar dentro de cada modelo de negócio”, observa.

Pense antes de sugerir

Elza Fátima Veloso, professora doutora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e especialista em Recursos Humanos, diz que, antes de sugerir qualquer mudança, é preciso pensar tudo que essa mudança pode causar, tanto para o lado bom quanto para o lado ruim. “Evite sugerir sem antes ter um planejamento. Caso contrário, você pode começar a ser taxado como aquele funcionário que não ajuda, e nem a empresa e nem os líderes gostam disso”, avisa. Segundo Elza, boas sugestões são sempre bem-vindas.

“Grandes empresas trabalham até com meta de sugestão, realizam concursos, incentivam seus funcionários a participar. São empresas que sabem que podem errar, que terão um tempo maior para a implantação dos projetos, mas que acreditam no potencial de sua equipe e sabem que vale a pena tentar”, conta. Para Ana Claudia, resultados são tudo. “O resultado é a única coisa que importa para o negócio. A melhor forma de sugerir mudanças é lincando essas mudanças a resultados expressivos para a empresa. Leve em conta o momento atual da empresa. Tenha clareza do que a empresa está buscando e proponha as mudanças que vão contribuir com isso”, orienta.

Coloque-se no lugar do outro

“Liderança é a vontade de aceitar responsabilidades, sem desculpas. O maior pró de se tomar a iniciativa para as mudanças é agir como um líder”, diz a master coach Ana Claudia Carnelossi. Quando ela diz que o funcionário deve se colocar no lugar do chefe, a master coach Ana Claudia explica que é dessa forma ele pode crescer profissionalmente, inovar, propor as mudanças necessárias na área que muitas vezes a pessoa que está acima não enxerga por estar longe do operacional.

“O lado negativo é que, se ele não conseguir fazer uma alinhamento de visão, não conseguir evidenciar os resultados que essa mudança irá proporcionar, seu chefe pode entrar em uma fase de negação e não dar importância para nada que foi evidenciado. Por isso a necessidade de expressar as mudanças de forma sequencial e focada nos resultados.”

Mostre o progresso

No livro Inovação – Diálogos Sobre Práticas (Bridge & Books), Celso Braga, um dos autores do livro, explica que qualquer que seja a proposta de renovação ela deve ser compartilhada com a chefia. “Apresente as pequenas vitórias conquistadas em cada etapa em vez de um grande plano que será realizado a longo prazo. E não se esforce a ‘pensar grande’: a ideia modesta também é válida e valorizada, pois ela serve de degrau para desafios maiores”, explica. Ressalte o que a mudança gerará e os ganhos esperados. “Isso ajuda a convencer seus superiores. Um líder não pode ir contra resultados, mesmo que eles sejam pequenos”, conclui.

Trabalhe bem sua ideia

Antes de sugerir, trabalhe a ideia, pese os prós e os contras. Faça planilhas. Avalie. “Uma decisão precipitada, sem estudos ou avaliação, é muito arriscada”, diz Elza Fátima Veloso, professora doutora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e especialista em Recursos Humanos. Segundo a profissional, a empresa que está aberta a mudanças sabe como terá de trabalhar, porém, ela espera que antes de sugerir o funcionário não esteja agindo por impulso, que tenha pensado em todas as etapas e até mesmo descartado aquel’as consideradas desnecessárias e custosas. Sugira resultados e não aumento de despesas”, ensina .

Participe das etapas

Ana Claudia Carnelossi, master coach pela Sociedade Brasileira de Coaching/BCI, dá dicas de como são os passos que você deve seguir, da sugestão à implantação de uma ideia:

  • Preparação: identifique o que você deseja mudar e por quê
  • Pergunte-se: o que a empresa ganha se mudar? E o que ela perde se não mudar?
  • Gerencie: pratique a mudança, mas mantenha-se focado. Faça um gerenciamento de perto
  • Acompanhe as consequências: monitore os resultados da mudança e faça os reajustes necessários

Imagem: jdiegoph | Unsplash.com

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