Não há nenhuma novidade no fato de que mulheres enfrentam mais dificuldades relacionadas ao trabalho do que homens. Porém, será que a felicidade (ou infelicidade) está mais ligada ao conteúdo das tarefas, à sobrecarga, ou à falta de oportunidades? A diferença de remuneração entre homens e mulheres pode ajudar nas reflexões sobre esse assunto.

Neste link, é possível verificar a constatação do IBGE, divulgada em 26 de janeiro no site do jornal O Estado de São Paulo, de que, em 2011, as mulheres ganharam 28% a menos do que os homens.

Mas, será que o fato de ser mulher significa, por definição, inferioridade de valorização perante os homens?

Marta Suplicy, na edição de 24 de setembro da Folha de São Paulo, mencionou a desigualdade de gênero apontada no relatório do Banco Mundial, no qual homens são vistos como melhores líderes políticos e econômicos do que mulheres. Marta enfatiza que as mulheres continuam se destacando em serviços domésticos não remunerados e nos
empregos informais.

A constatação de que o subemprego acolhe mais mulheres do que homens pode ser verificada nos dados divulgados no anuário As Melhores Empresas para Você Trabalhar – 2011, publicado pela Editora Abril. Entre os empregados das 150 empresas eleitas, as mulheres respondem por 38% do total e ocupam apenas 35% dos cargos de chefia. Entre os presidentes dessas empresas, somente 7% são mulheres. A consequência desse fato é que os homens predominam em todas as faixas salariais, exceto na mais baixa considerada na pesquisa (R$ 1.020,00).

O artigo acadêmico que pode ser encontrado neste link aponta que parte desse universo de empresas, eleitas no ano de 2009, nega diferenças entre homens e mulheres, enquanto outra parte procura estabelecer metas de valorização das mulheres. Porém, embora a questão de gênero seja pauta de discussão, as ações voltadas para a minimização das diferenças se desenvolvem de maneira lenta, mesmo entre essas empresas, que procuram se destacar em termos de práticas de gestão de pessoas e de clima organizacional.

E a Felicidade?

A Folha de São Paulo de 24 de setembro de 2011 mencionou o resultado da pesquisa com executivos americanos, realizada pela Captive Network, apontando que funcionários homens são 25% mais felizes no trabalho do que as mulheres, que, por sua vez têm 25% mais chances de ser responsáveis por tarefas domésticas.

A partir dessas reflexões é possível notar que, apesar de questões que atingem a vida profissional de qualquer trabalhador (como o conteúdo do trabalho, a sobrecarga e a restrição de oportunidades em certos casos de disputas profissionais…) ainda hoje, ser mulher é um complicador que precisa ser enfrentado na carreira feminina.

Disponível em: Blog do Prof. Dr. Leonardo Trevisan

Imagem: lepetitpatte | Unsplash.com

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