Para quem decide trabalhar em empresas, o gerenciamento pessoal da carreira depende, entre outras atitudes, da busca por qualificação educacional específica, voltada para a área em que a pessoa pretende atuar.

Atualmente, os cursos de pós-graduação, nos moldes tradicionais, concorrem com cursos formatados para o mundo empresarial, que buscam maior aplicação prática, como os MBA’s (Master in Business Administration) e o mestrado profissional, por exemplo.

Os MBA’s, tanto na modalidade nacional quanto na internacional, procuram docentes com experiência, tanto acadêmica como prática, e são voltados para a formação de executivos atuantes em níveis organizacionais estratégicos. Na seleção, é exigido dos candidatos um tempo mínimo de experiência em cargos de gestão, normalmente de 5 anos, além de proficiência em inglês. Durante o curso, além do conteúdo acadêmico, o aluno tem a oportunidade de montar seu plano de autodesenvolvimento, além de trocar experiências com outros profissionais atuantes no mercado de trabalho.

Porém, alguns profissionais “querem mais” que os MBA’s tradicionais, e outros, “precisam de menos”…

Para os que “querem mais”, o mestrado profissional é a opção do momento. Em março deste ano, o jornal Folha de São Paulo informou que a procura por esse tipo de curso dobrou nos últimos dez anos, atraindo mais de 10 mil estudantes no Brasil, e que essa modalidade de pós-graduação stricto sensu, que existe há cerca de 10 anos, aumentou 150% em número de programas.

Mais completos e com carga horária maior que os MBA’s, mas com exigências mais condizentes com o mundo empresarial do que um mestrado acadêmico, os mestrados profissionais permitem ao executivo construir sua produção intelectual paralela à carreira na empresa. A íntegra da matéria da Folha pode ser encontrada aqui.

Para os que “precisam de menos”, o jornal Valor Econômico noticiou, em 18 de maio de 2011, uma nova modalidade de pós-graduação “sob medida”, para formar jovens gestores com um perfil “mais júnior”. Esse tipo de pós-graduação, mais barata do que os MBA’s executivos, com carga horária menor e com menores exigências no processo seletivo, é voltada para profissionais mais jovens, que devem desenvolver habilidades para liderança e se preparar para ocupar posições gerenciais em empresas.

Observando que esses cursos concorrem com os vários tipos de especialização, algumas in company, além de variados cursos de extensão, surgem reflexões: Será que os profissionais de Recursos Humanos, que atuam na captação de pessoas, estão preparados para valorizar a diferença entre as várias formações disponíveis? E os candidatos a gestores e executivos? Estão preparados para escolher e investir no tipo de formação que mais impulsiona suas
carreiras?

Mesmo sem a convicção sobre a real necessidade de tamanha variedade, o fato de que cada curso veste um momento da carreira leva à constatação, tanto para empresas quanto para seus profissionais, de que o investimento em formação executiva não tem mais limites, o que mantém o mercado educacional aquecido na busca constante por novos públicos. Ou seja, em época de personal education, a educação sob medida leva à tendência de “fatiamento” da oferta educacional como impulso para a carreira de quem pode pagar e tem disposição para estudar.

Disponível em: Blog do Prof. Dr. Leonardo Trevisan

Imagem: fasipe_tobi | Unsplash.com

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